O que falta para a paz?

Israelenses teriam de aceitar a criação de um Estado soberano para os palestinos, o fim do bloqueio à Faixa de Gaza e o término das restrições à circulação de pessoas e mercadorias nas tres áreas que formariam o Estado palestino: Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza.
Grupos palestinos deveriam renunciar à violência e reconhecer o Estado de Israel.
Além disso, eles teriam que chegar a acordos razoáveis sobre fronteiras, assentamentos e o retorno de refugiados.
No entanto, desde 1948, ano da criação do Estado de Israel, muitas coisas mudaram, especialmente a configuração dos territórios disputados após as guerras entre árabes e israelenses.
Para Israel, estes são fatos consumados, mas os palestinos insistem que as fronteiras a serem negociadas devem ser aquelas existentes antes da guerra de 1967.
Além disso, enquanto no campo militar as coisas estão cada vez mais incontroláveis na Faixa de Gaza, há uma espécie de guerra silenciosa na Cisjordânia, com a construção de assentamentos israelenses, o que reduz, de fato, o território palestino nestas áreas.
Mas talvez a questão mais complicada pelo seu simbolismo seja Jerusalém, a capital tanto para palestinos e israelenses.
Tanto a Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia, quanto o grupo Hamas, em Gaza, reinvindicam a parte oriental como a capital de um futuro Estado palestino, apesar de Israel tê-la ocupado em 1967.
Um pacto definitivo nunca será possível sem resolver este ponto.

Osvaldo Aranha e sua participação na história de Israel

O que muitas pessoas não sabem, é que na história de Israel, um brasileiro tem um papel de destaque. Trata-se do diplomata Osvaldo Aranha. Ele foi uma peça importantíssima na criação do atual Estado de Israel.
Em 1947 o Presidente Eurico Gaspar Dutra nomeou Osvaldo Aranha como Chefe da Delegação Brasileira junto a ONU. Ele acaba sendo nomeado Presidente da Assembléia Geral da ONU, que iria decidir a questão Palestina.
Após longas discussões foram apresentadas duas propostas: A primeira era a partilha da Palestina, criando um estado judeu e outro árabe. A segunda, proposta pelos países árabes, era da independência imediata da Palestina, uma vez que 70% da população era formada por árabes.
Em 25 de novembro houve uma votação a favor da partilha da Palestina e a liberação da migração de judeus para a região. O resultado dessa votação seria recomendado para a Assembléia Geral. Não era necessário dois terços para sua aprovação. O resultado foi de 25 votos a favor, 13 contra e 17 abstenções.
Apesar do resultado favorável à partilha, a votação na Assembléia Geral iria acontecer no dia seguinte, e para ser aprovada eram necessários dois terços dos votos, o que claramente não iria acontecer.
A votação deveria acontecer no dia seguinte e os sionistas (movimento que apóia a existência de um Estado Judeu) fizeram uma manobra que mudaria completamente o rumo da história.
Sabendo que não obteriam os dois terços necessários, a intenção era ocupar a tribuna fazendo discursos o maior tempo possível para que a votação atrasasse. O representante Uruguai, Enrique Rodríguez Fabregat, fez bem esse papel discursando por um longo tempo. Foi então que Osvaldo Aranha tomou uma atitude fundamental para a criação do Estado Judeu. Ele suspendeu a Assembléia, alegando que não haveria mais tempo para a votação, mesmo após os delegados árabes retirarem seus nomes da lista de oradores. No entanto eram em torno 18:30 e muito comum que as votações se entendessem até a meia noite. O que ele queria na verdade, era ganhar tempo para convencer os países a votarem a favor.
Osvaldo Aranha abriu a sessão e após alguns discursos começou a votação. Os países foram chamados por ordem alfabética e os votos iam se alternando entre sim e não. Mas a vitória sionista já estava evidente. No final Aranha declara: 33 votos a favor, 13 contra, 10 abstenções e 1 ausência.
Em todo lugar do mundo, judeus se abraçavam comemorando esse fato histórico. Após quase 2000 anos depois de eles terem sido expulsos pelos romanos, enfim eles poderiam voltar para sua terra.
Existe uma falsa informação de que houve empate na votação, e que Osvaldo Aranha deu o voto de minerva para decidir a questão, mas essa informação não é verdadeira.
Osvaldo Aranha foi reconhecido pelo povo judeu como um dos articuladores para criação do Estado de Israel. Em sua homenagem há uma rua em Tel Aviv, capital financeira de Israel, que leva o seu nome.

O muro de Israel


         O Muro de Israel é um projeto cuja execução iniciou-se no ano de 2002 e que pretende se colocar como uma barreira entre o território árabe da região da Cisjordânia e o território judeu, representado pelo Estado de Israel, responsável pela sua construção. Alvo de muitas críticas, esse muro sustenta uma grande polêmica tanto no Oriente Médio quanto fora dele, sendo apenas um dos inúmeros episódios que marcam o conflito e oposição entre Israel e Palestina.
       A primeira etapa da construção visou segregar Israel da região norte da Cisjordânia. Várias regiões sofreram com o levantamento do muro: algumas vilas ficaram sem regiões agrícolas e algumas cidades foram isoladas, não pertencendo nem a Israel e nem à Cisjordânia.
          A principal justificativa da construção do muro de Israel foi o discurso da segurança, de acordo com o qual Israel isolaria os palestinos, evitando possíveis ataques a Jerusalém. O Muro de Israel possui enormes dimensões, com uma extensão de 721 km, 8 metros de altura, trincheiras com 2 metros de profundidade, arames farpados e torres de vigilância a cada 300 metros – tudo isso para ser intransponível.
          Aqueles que ainda defendem a existência do Muro de Israel afirmam que, desde a construção, houve uma sensível redução nas ondas de violência e na ocorrência de atentados terroristas pelas organizações em defesa da Palestina. Apesar de essa redução ser verdadeira, ela não possui uma relação direta com a existência do muro, mas sim com os recentes acordos promovidos pelos dois lados do conflito.

Intervenções da ONU


29 de novembro 1947- Resolução 181 (Assembleia Geral).- Aceita, apesar da oposição da Liga Árabe e dos palestinos, a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, no antigo protetorado britânico da Palestina, com Jerusalém sob mandato internacional. 11 de dezembro 1948.- Resolução 194 (Assembleia Geral).- Estabelece que os refugiados têm direito a retornar a suas casas, agora em território de Israel, ou a receber uma indenização caso não desejarem voltar. 11 de maio 1949.- Resolução 273 (Assembleia Geral).- Israel é admitido como membro da ONU. 9 de dezembro 1949- Resolução 303.- "Jerusalém será administrada pelas Nações Unidas sob um regime internacional". 22 de novembro 1967.- Resolução 242 (Conselho de Segurança). Pede a retirada de Israel dos territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias e "o reconhecimento da soberania, integridade territorial e independência política de todos os Estados da região e seu direito a viver em paz". 19 de dezembro 1968.- Resolução 2443 (Assembleia Geral). Exige que Israel "desista de destruir casas de civis" nas áreas ocupadas e expressa sua preocupação "pela violação dos direitos humanos". 22 de outubro 1973.- Resolução 338 (Conselho de Segurança) .- Pede o cessar-fogo aos participantes da Guerra do Yom Kippur (quando Síria e Egito atacaram Israel) e o cumprimento da Resolução 242 do Conselho de Segurança. 10 de novembro 1975.- Resolução 3379 (Assembleia Geral).- "O sionismo é uma forma de racismo e de discriminação racial". Foi cancelada em 17 de dezembro de 1991. 22 de março 1979.- Resolução 446 (Conselho de Segurança).- A política israelense de promover "assentamentos nos territórios palestinos e árabes ocupados não tem validade legal e constitui um sério obstáculo" para a paz no Oriente Médio. 5 de junho 1980.- Resolução 471 (Conselho de Segurança).- Condena o atentado contra os prefeitos de Nablus, Ramala e Al-Bireh e solicita a imediata prisão dos assassinos. 7 de janeiro 1992.- Resolução 726 (Conselho de Segurança).- Condena a deportação de 12 palestinos por Israel. 18 de dezembro 1992.- Resolução 799 (Conselho de Segurança).- Condena a deportação de centenas de civis palestinos e exige seu "imediato retorno". 19 de março 1994.- Resolução 904 (Conselho de Segurança).- Condena o massacre de 29 palestinos na mesquita de Hebron e exige presença internacional na Cisjordânia e em Gaza para proteger os palestinos. 13 de março 1997.- Resolução 51/223 (Assembleia Geral). Aconselha Israel a não construir assentamentos nos territórios ocupados, especialmente em Jerusalém. 9 de fevereiro 1999.- Resolução 10/6 (Assembleia Geral).- Condena o descumprimento das resoluções da ONU por Israel e pede a interrupção dos assentamentos.   12 de março 2002 .- Resolução 1397 (Conselho de Segurança).- Apoia "o conceito de uma região em que dois Estados, Israel e Palestina, vivam um ao lado do outro dentro de fronteiras seguras e reconhecidas" e exige o fim da violência.
30 de março 2002.- Resolução 1402 (Conselho de Segurança).- Pede a Israel a retirada das cidades palestinas, incluindo Ramala, onde os escritórios de Arafat estão sendo bombardeados. 24 de setembro 2002.- Resolução 1435 (Conselho de Segurança). Exige que Israel acabe com o cerco a Arafat e que se retire às posições anteriores à Segunda Intifada (28 setembro 2000). 3 de dezembro 2002.- A Assembleia Geral aprova seis resoluções: três referentes a organismos criados pela ONU para amenizar a situação dos palestinos, uma sobre Jerusalém, outra sobre as Colinas de Golã e uma última sobre a solução pacífica do conflito. 15 de abril 2003.- A Comissão dos Direitos Humanos da ONU condena Israel por violar os direitos humanos nos territórios ocupados e pela "restrição dos movimentos" de Arafat. 19 de setembro 2003.- Resolução 10/12 (Assembleia Geral). Exige o fim da violência e que Israel não deporte ou ameace a integridade de Arafat. 21 de outubro 2003.- Resolução 10/13 (Assembleia Geral). Pede a Israel a eliminação do muro que constrói em território palestino. 19 de maio 2004.- Resolução 1544 (Conselho de Segurança).- Condena Israel pelos massacres dos últimos dias em Gaza. 21 de julho 2004 .- Resolução 10/15 (Assembleia Geral).- Exige que Israel cumpra a sentença que declara o muro ilegal. 9 de janeiro 2009.- Resolução 1860 (Conselho de Segurança).- Pede a Israel e ao Hamas o cessar-fogo em Gaza, a retirada israelense e a entrada sem impedimentos de ajuda humanitária no território palestino. 16 de outubro 2009.- O Conselho de Direitos Humanos condena Israel e o Hamas por crimes de guerra durante a ofensiva de dezembro de 2008 e janeiro de 2009 em Gaza. 26 de fevereiro 2010.- A Assembleia Geral pede a Israel e aos palestinos que investiguem possíveis crimes de guerra em Gaza, denunciados em 2009 pelo relatório Goldstone. 24 de março 2010.- O Conselho de Direitos Humanos condena os assentamentos israelenses, defende a autodeterminação palestina e denuncia Israel por violação de direitos humanos nos territórios ocupados e nas Colinas de Golã. 2 de junho 2010.- O Conselho de Direitos Humanos condena Israel pelo ataque contra uma pequena frota humanitária que se dirigia a Gaza.

Informações sobre os países

 Palestina

Os Territórios Palestinos compreendem três regiões não contíguas - Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.
Com vários dados do IBGE estima-se que a população da Palestina esteja em torno de 4 550 000 de habitantes.
Dados extras:
Língua: Árabe.
Religião: 98,7% muçulmana e 1,3% cristã.
Moeda: Novo shekel israelense (NIS) e dinar jordaniano, na Cisjordânia
Forma de governo: A Autoridade Nacional Palestina é o embrião de um futuro Estado palestino independente, segundo o estabelecido no Mapa de Caminho, mas a proclamação deste Estado já sofreu diversos cancelamentos por causa da situação política e da violência.

Israel

Estado de Israel é uma república parlamentar localizada no Oriente Médio, ao longo da costa oriental do Mar Mediterrâneo. O país faz fronteira com o Líbano ao norte, com a Síria a nordeste, com a Jordâniae a Cisjordânia a leste, com o Egito e a Faixa de Gaza ao sudoeste, e com o Golfo de Aqaba, no Mar Vermelho, ao sul.A população de acordo com o censo em 2015 é de 8 134 100.  
Dados extras:
Área: 20.700 km²
Capital: Jerusalém
População: 7,8 milhões de habitantes (estimativa 2014)
Moeda: Novo Shekel israelense 
Nome Oficial: Estado de Israel
Nacionalidade: israelense
Data Nacional: 14 de maio - Dia da Independência
Governo: República Parlamentarista.

A história da guerra e seus principais motivos


Os conflitos entre Israel e Palestina nasceram em tempos remotos, pois se enraizaram no antigo conflito entre árabes e israelenses. Mas os conflitos desses povos, que detêm a mesma origem étnica, aumentou no final do século XIX
O povo judeu, cansado do exílio, começou a expressar seu desejo de voltar para sua antiga pátria, então habitada em grande parte por palestinos, mas sobre o domínio dos Otomanos. O ideal de retorno à sua terra natal é conhecido como Sionismo, existente desde 1897 e estimulado pela Declaração de Balfour (iniciativa britânica que garantiu aos judeus o que eles nunca tiveram até então: direitos políticos próprios de um povo). Neste momento, vários judeus começaram a partir em direção a terra prometida.
Com a queda do Império Otamano, a Inglaterra transformou a região em colônia britânica, instituindo um protetorado na região que era tão solicitada por palestinos quanto por israelenses, o qual durou de 1918 até 1939. O problema se agravou ainda mais com o começo da segunda guerra mundial e a perseguição aos judeus, pois eles queriam voltar para a Palestina, a muito tempo consagrada como território árabe. O principal confronto entre palestinos e israelitas se dá em torno do poder sobre as terras, que envolvem complexas e antigas questões históricas, religiosas e culturais. Com a saída dos ingleses do território, a questão se complicou ainda mais. Pois os judeus comunicaram a criação do Estado de Israel. Egito, Jordânia, Líbano, Síria e Iraque declararam guerra contra os israelenses, em busca de terras. Assim, o Egito conquistou a faixa de Gaza, enquanto a Jordânia obteve a área composta pela Cisjordânia e por Jerusalém Oriental. Como consequência, os palestinos foram privados de qualquer território.
A OLP – Organização para Libertação da Palestina –, organização política e armada, voltada para a luta pela criação de um Estado Palestino livre, foi criada em 1964. Após isso, em 1967, os egípcios passam a impedir a passagem de navios israelenses e começam a ameaçar as fronteiras de Israel localizadas na península do Sinai, enquanto Jordânia e Síria posicionam seus soldados nas regiões com fronteiras israelenses. Antes de ser atacado, o povo israelita deu início a Guerra dos Seis Dias, da qual ganhou, conquistando partes da Faixa de Gaza, do Monte Sinai, das Colinas de Golã, da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. Em 1982, obedecendo a um acordo com o Egito, assinado em 1979, os israelenses deixam o Sinai. 
Em 1973, outra guerra se iniciou entre Egito e Síria, à frente de outros países árabes, e Israel, o Yom Kippur, assim denominada por ter se iniciado justamente nas comemorações deste feriado (um dos mais importantes dos judeus) com um ataque surpresa dos adversários. Este embate provocou no uma grande crise econômica no Oriente, pois os árabes boicotaram o envio de petróleo para os países que apóiam Israel. Mas apesar de tudo os israelenses saíram vitoriosos, com acordos estabelecidos em Camp David, território norte-americano. O Egito foi o primeiro povo árabe a assinar um tratado de paz com Israel, sob os governos do egípcio Anuar Sadat e do primeiro ministro israelense Menahen Begin. Em conseqüência deste ato, o país é expulso da Liga Árabe.Mas a paz não durou muito e em 1982 Israel atacou Líbano, com o suposto objetivo de cessar as investidas terroristas que seriam empreendidas pela OLP a partir de bases localizadas neste país. Cinco anos depois ocorreu a primeira Intifada – sublevação popular assinalada pela utilização de armas rudimentares (como paus e pedras) atirados contra os judeus; mas ela não se resumia só a essas investidas, envolvia também vários atentados sérios contra os israelenses. Em 1988, o Conselho Palestino rejeita a Intifada e aceita a partilha proposta pela ONU.  
No ano de 1993, através do Acordo de Paz de Oslo, se criou a Autoridade Palestina, liderada pelo célebre Yasser Arafat. Mas os palestinos continuaram descumprindo as cláusulas do tratado por eles firmado, pois a questão principal, referente a Jerusalém, se manteve em aberto, enquanto os israelenses, mesmo dispostos a abandonar várias partes dos territórios ocupados em Gaza e na Cisjordânia, preservam neles alguns assentamentos judaicos. Por outro lado, não acabaram os atentados palestinos.Uma nova Intifada é organizada a partir de 2000. Um ano depois Ariel Sharon é elevado ao cargo de primeiro-ministro de Israel, invade novamente terras palestinas e começa a edificar uma cerca na Cisjordânia para evitar novos atentados de homens-bombas. Em 2004 morreu Yasser Arafat, substituído então por Mahmud Abbas, ao mesmo tempo em que israelenses recuam e eliminam encraves judaicos nos territórios ocupados. O terror, porém, continuou a agir. Em 2006 ocorreu um novo retrocesso com a ascensão do Hamas, grupo de fundamentalistas que se recusa a aceitar o Estado de Israel, ao Parlamento Palestino. Qualquer tentativa de negociação de paz se tornou inviável. As chances do nascimento de um Estado Palestino eram crescentes, mas com a eleição do Hamas, não reconhecido pela comunidade internacional, tudo se complicou e as possibilidades de paz se reduziram. Neste momento, por conta de confrontos internos entre os palestinos, eles perdem a maior oportunidade de garantir a soberania sobre o território reivindicado, pois há uma nova escalada do terror.Atualmente, a maior parte dos palestinos e israelenses concordam que a Cisjordânia e a faixa de Gaza devem constituir o Estado Palestino; e o Hamas e o Fatah uniram-se para a instauração de um governo de coalizão, à custa de muito sangue palestino derramado, mas esse passo ainda não foi suficiente para instalar a Palestina de volta nas mesas de negociação.