
Em 1947 o Presidente Eurico Gaspar Dutra nomeou Osvaldo Aranha como Chefe da Delegação Brasileira junto a ONU. Ele acaba sendo nomeado Presidente da Assembléia Geral da ONU, que iria decidir a questão Palestina.
Após longas discussões foram apresentadas duas propostas: A primeira era a partilha da Palestina, criando um estado judeu e outro árabe. A segunda, proposta pelos países árabes, era da independência imediata da Palestina, uma vez que 70% da população era formada por árabes.
Em 25 de novembro houve uma votação a favor da partilha da Palestina e a liberação da migração de judeus para a região. O resultado dessa votação seria recomendado para a Assembléia Geral. Não era necessário dois terços para sua aprovação. O resultado foi de 25 votos a favor, 13 contra e 17 abstenções.
Apesar do resultado favorável à partilha, a votação na Assembléia Geral iria acontecer no dia seguinte, e para ser aprovada eram necessários dois terços dos votos, o que claramente não iria acontecer.
A votação deveria acontecer no dia seguinte e os sionistas (movimento que apóia a existência de um Estado Judeu) fizeram uma manobra que mudaria completamente o rumo da história.
Sabendo que não obteriam os dois terços necessários, a intenção era ocupar a tribuna fazendo discursos o maior tempo possível para que a votação atrasasse. O representante Uruguai, Enrique Rodríguez Fabregat, fez bem esse papel discursando por um longo tempo. Foi então que Osvaldo Aranha tomou uma atitude fundamental para a criação do Estado Judeu. Ele suspendeu a Assembléia, alegando que não haveria mais tempo para a votação, mesmo após os delegados árabes retirarem seus nomes da lista de oradores. No entanto eram em torno 18:30 e muito comum que as votações se entendessem até a meia noite. O que ele queria na verdade, era ganhar tempo para convencer os países a votarem a favor.
Osvaldo Aranha abriu a sessão e após alguns discursos começou a votação. Os países foram chamados por ordem alfabética e os votos iam se alternando entre sim e não. Mas a vitória sionista já estava evidente. No final Aranha declara: 33 votos a favor, 13 contra, 10 abstenções e 1 ausência.
Em todo lugar do mundo, judeus se abraçavam comemorando esse fato histórico. Após quase 2000 anos depois de eles terem sido expulsos pelos romanos, enfim eles poderiam voltar para sua terra.
Existe uma falsa informação de que houve empate na votação, e que Osvaldo Aranha deu o voto de minerva para decidir a questão, mas essa informação não é verdadeira.
Osvaldo Aranha foi reconhecido pelo povo judeu como um dos articuladores para criação do Estado de Israel. Em sua homenagem há uma rua em Tel Aviv, capital financeira de Israel, que leva o seu nome.
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